O que era um cenário a ser analisado, se tornou realidade. E, diante de um quadro nacional e até mundial desfavorável e da expectativa de que 2015 seja difícil para a economia, o governador José Pedro Taques (PDT) decidiu manter o plano ‘A’ para enfrentar a situação.
O secretário de Fazenda, Paulo Ricardo Brustolin, passou boa parte da entrevista coletiva na última semana explicando como o governo Pedro Taques vem se preparando para enfrentar a crise. Muitas ações são destinadas para buscar o aumento de arrecadação, como a criação do Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (CIRA). E, na outra ponta, a redução de despesas e a renegociação da dívida fundada superior R$ 6,5 bilhões.
Oriundo da iniciativa privada, o secretário garante que austeridade na aplicação dos recursos é o foco desta administração e sentou-se sobre o cofre. É certo que o governo está preocupado com inúmeros problemas, inclusive a dolarização de parte da dívida, todavia, crê haver condições de superar todos os desafios.
“Temos um norte, e um timoneiro que é capacitado e forte. Eu acredito muito no governo Pedro Taques, por isso faço parte deste grande projeto”, avisou ele.
Paulo Ricardo Brustolin admite que a Mato Grosso deve sentir efeitos da oscilação mundial, por ter sua economia baseada no agronegócio. “A um curto espaço de tempo, a gente vê no horizonte um desaquecimento, principalmente das commodities. Portanto, um Estado agroexportador como Mato Grosso pode sentir os reflexos dessa mudança’, argumentou ele.
O titular da Sefaz lembra que o governo Taques atua fortemente em três frentes: aumentar receita, reduzir despesas e repactuar as dívidas. “O governo está trabalhando em três grandes frentes. A primeira é a receita. Estamos trabalhando fortemente na avaliação de setor por setor da economia do Estado. Fazemos a cobrança dos impostos de forma justa, imparcial, para que o Estado tenha uma arrecadação adequada”, citou ele.
“O segundo grande pilar é o da redução das despesas operacionais do governo. Está em andamento um trabalho muito forte de revisão de contratos e de despesas em todas as secretarias, por ordem do governador”, apontou o coordenador da equipe econômica e do controlador do Tesouro do Estado.
“E o terceiro grande pilar é o da dívida pública. Hoje, Mato Grosso tem uma dívida de aproximadamente R$ 6,5 bilhões, parte dela em dólares, e estamos trabalhando para equalizar essa dívida, para que ela possa ser revista”, emendou Brutolin.
No entanto, a determinação do governador é para economizar centavo por centavo e está sendo seguida. “O cidadão pode esperar uma aplicação muito equilibrada dos recursos públicos. Estamos trabalhando duro para isso, junto com a Secretaria de Planejamento. O grande desafio é o equilíbrio das contas públicas em Mato Grosso”, observou ele.
Mesmo sem citar nominalmente o ex-governador Silval Barbosa (PMDB), ele criticou a herança deixada pelo antecessor de Taques. “Todos sabem que nós recebemos um saldo muito grande de restos a pagar da gestão passada. São compromissos assumidos com empresas e empresários e o governo terá uma política clara de pagamento desses restos a pagar”, completou Brustolin.
Foto: FB Pedro Taques
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