Em Mato Grosso, 25% dos jovens entre 18 e 24 anos não trabalham nem estudam. Os dados são do Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE).
Ainda segundo o estudo, ao todo, 182 mil jovens mato-grossenses entre 15 e 29 anos estavam nesse "limbo", em que não frequentavam escola formal, não trabalhavam e não estavam procurando trabalho em 2021.
Na faixa etária de 25 a 29 anos, 24,5% estão nessa situação. O índice só é menor entre os adolescentes de 15 a 17 anos: 5,8% estão desempregados e sem estudar em Mato Grosso.
O economista Vivaldo Lopes afirma que esse é um número que representa uma quantidade muito grande da força de trabalho. “Esse é um fator complicado, pois é uma mão de obra que está em plena capacidade para aprendizado e para trabalho, por causa da idade, e que está sendo desperdiçada”, afirma.
De acordo com o levantamento, os motivos para o jovem que faz parte desses grupos que não estão estudando nem trabalhando são: não conseguir trabalho adequado; não ter experiência profissional ou qualificação; não conseguir trabalho por ser considerado muito jovem ou muito idoso; não havia trabalho na localidade; ter que cuidar dos afazeres domésticos, dos filhos ou de outros parentes; estar fazendo curso de qualquer tipo ou por conta própria; e problema de saúde ou gravidez.
No entanto, os motivos e a quantidade de jovens nessa situação variam conforme a renda familiar. Entre as famílias mais pobres, o percentual era de 24% e o principal motivo eram os afazeres domésticos e os cuidados de pessoas. Entre os mais ricos, a proporção era de 6% e a justificativa determinante era o estudo em outros cursos, como os pré-vestibulares.
Nas famílias de baixa renda, aquelas cujo rendimento domiciliar per capita era de, no máximo, meio salário mínimo, a proporção de jovens que conseguia conciliar a frequência à escola com o trabalho era bem pequena em 2021.
Por outro lado, os jovens de famílias de alta renda encontravam menor dificuldade de inserção no mercado de trabalho. A maioria trabalhava em 2021 e parcela ínfima buscava trabalho. Vale notar que parte relevante (cerca de 23%) conseguia frequentar a escola e trabalhar ou realizar estágio de ensino superior. Já o percentual de jovens de alta renda que não frequentava escola, não trabalhava e não buscava trabalho era bem pequena.
Os dados sugerem que essa parcela não estava frequentando ensino regular, que é a categoria pesquisada pelo IBGE, mas outros cursos, como os pré-vestibulares. Assim, ao contrário da juventude de baixa renda, que tem uma parcela relativamente estável, em termos percentuais, sem frequentar escola ou se inserir no mercado de trabalho a partir dos 20 anos de idade, entre os jovens de alta renda, boa parte consegue cursar o ensino superior e, simultaneamente, realizar estágios para o desenvolvimento profissional em ambiente de trabalho.
No entanto, novamente, a diferença era bastante elevada a depender da renda. Entre os jovens de baixa renda, 40% afirmaram ter necessidade de cuidar dos afazeres domésticos, dos filhos ou de outros parentes. Vale destacar que essa tarefa, em geral, é realizada principalmente pelas mulheres, o que confere à questão não só um recorte socioeconômico, mas também de gênero.
Entre os jovens de alta renda, a principal resposta foi estarem estudando, no caso, outros cursos e não ensino regular. Como ficou claro, há enorme disparidade nas situações da juventude que não frequenta escola, não trabalha e não busca trabalho, quando se leva em conta a renda familiar.
Enquanto os mais ricos se preparavam para ingressar no ensino superior, em momento etário bem específico, entre os mais pobres, uma proporção menor tinha essa perspectiva, com um grupo relevante, formado principalmente por mulheres, obrigado a cuidar dos afazeres domésticos e de pessoas da família.
Vivaldo acredita que a capacitação para o trabalho seria uma das medidas necessárias para mudar essa realidade. Segundo um relatório do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), além da qualificação de mão de obra, é necessário ampliar as redes públicas de creches e de cuidados de pessoas, oferecer bolsas de estudo e aprimorar os serviços de intermediação para dar melhores condições de mudança ao jovem de baixa renda.
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