Ezequiel Fonseca é investigado por suspeita de desvio de recursos por apresentação de notas falsas na AL-MT
A Polícia Federal adiou a finalização do inquérito policial que investiga um esquema de emissão de notas fiscais falsas que beneficiaria, supostamente, deputados da Assembleia Legislativa de Mato Grosso. O adiamento é devido ao sumiço de arquivos que continham justamente as notas que comprovariam a prestação de contas.
O pedido foi feito pelo delegado da Polícia Federal, Wilson Rodrigues de Souza Filho, que encaminhou o pedido de prorrogação para a Procuradoria Geral da República (PGR) conforme o site Ponto na Curva. De acordo com ele, a Assembleia afirmou que não teria em seus arquivos uma das notas fiscais exigida pela PF no valor de R$ 5,2 mil.
A nota seria da empresa G.B. de Oliveira ME, de fevereiro de 2014, apresentada pelo ex-deputado estadual e atualmente deputado federal, Ezequiel Fonseca (PP). O parlamentar foi inclusive indiciado no Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de compor esquema de desvio de recursos da Assembleia Legislativa.
Entre 2011 e 2014, período em que Ezequiel Fonseca foi deputado estadual, os gastos dos parlamentares eram ressarcidos mediante a apresentação de notas fiscais e suas respectivas prestações de contas. Em depoimento prestado na sede da Polícia Federal em Brasília (DF), no dia 7 de dezembro do ano passado, Fonseca afirmou que nunca ouviu falar, não conhece e nunca teve contato com Vinicius Prado Silveira e Gabriela Brito Silveira de Oliveira e nem a empresa GB de Oliveira Comércio, que consta nas investigações como emissora de dezenas de notas frias para gabinetes de deputados da legislatura passada.
Vinicius Prado Silveira foi ouvido duas semanas antes de Ezequiel Fonseca, na sede da PF em Cuiabá. Ele é ex-servidor da Assembleia Legislativa e réu na operação Metástase, deflagrada em setembro de 2015 pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), quando chegou a ser preso.
Em relação às notas emitidas em favor do gabinete de Ezequiel Fonseca, ele afirmou que recebia orientações e repassava as notas para a chefe de gabinete de nome “Joyce”, a quem o parlamentar confirmou ter sido sua funcionária, sem se recordar em qual período de seu mandato, já que chegou a ter 3 chefes de gabinetes diferentes. Conforme o deputado, eles eram os responsáveis pelos procedimentos de prestações de contas e ressarcimentos, os quais negou ter destruído.
Foto: Marcelo de Moraes/Estadão
