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MATO GROSSO

Policial Militar chora e diz que vai abandonar corporação para 'ser gente' e cuidar dos filhos


Por Redação com GDMT

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Chico Ferreira

Um vídeo gravado por um policial militar de Guarantã do Norte (715 km de Cuiabá) viralizou nas redes sociais e chama atenção, mais uma vez, para como a saúde mental dos agentes tem sido tratada. Esgotado emocionalmente, durante a gravação, em meio a lágrimas, o servidor afirma que deixará a corporação após quase 19 de serviço, pois precisa "ser tratado como gente".

 

"Boa tarde senhores, eu tenho 18 anos e 11 meses de serviço, mas eu preciso reconhecer a hora de parar e eu preciso parar. Estou de serviço hoje, estou abandonando e indo para minha casa, não vou vir trabalhar. Para mim chega, eu não quero salário melhor, eu quero ser gente, busquei apoio, mas não tive condições e resolução, então estou indo embora e abandonando os 18 de serviço. Para mim não dá mais", desabafou aos prantos.

 

O comandante geral da Polícia Militar, Alexandre Correa Mendes, relatou que soube do ocorrido e que o policial já está sendo assistido pelo atendimento especializado da polícia.

 

"Sei muito bem que precisamos ser mais assistidos. Por outro lado, politizar a dor de irmãos e irmãs de farda é no mínimo irresponsável. Estou trabalhando diariamente pela saúde mental da minha tropa, o policial que nos comoveu chorando em um vídeo já está sob nosso cuidado e atendimento especializado", afirmou.

 

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Mendes disse ainda que todos os policiais que precisarem de ajuda serão amparados, assim como outros 500 que já foram atendidos somente em 2023, sem alerta para manter a ética profissional.

 

Segundo a Coordenadoria de Assistência Social da Polícia Militar, são apenas 16 psicólogos entre efetivos e contratados, maioria em Cuiabá, disponíveis para atender mais de 7 mil policiais lotados em Mato Grosso. Número corresponde a 1 terapeuta para atender quase 440 agentes.

 

Acontece que, mesmo com amparo descrito pelo comandante, já foram registradas diversas ocorrências envolvendo policiais militares com problemas relacionados a saúde mental. Recentemente, dois policiais morreram em São José do Rio Claro e todos os agentes do município precisaram ser amparados pelos profissionais da psicologia.


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