Chefe de departamento entrega cargo após escândalos na gestão pública de Quatro Marcos

O chefe de Departamento de Trânsito, José de Jesus Pereira, cargo de confiança na gestão do prefeito Jamis Silva Bolandin (União Brasil), pediu exoneração após sucessivos escândalos na administração pública de São José dos Quatro Marcos (a 315 km de Cuiabá).

O servidor comissionado entregou o cargo ontem, segunda-feira, 6 de novembro, por meio de pedido de exoneração apresentado ao prefeito. O chefe do Departamento de Planejamento, Rubens Lins, e o secretário de Fazenda, Elcyo Aguiar, também já haviam deixado seus cargos.

José Pereira ocupava o cargo desde a sua criação e municipalização no final da gestão anterior e foi um dos responsáveis pela candidatura de Jamis Silva, eleito pelo partido Solidariedade.

Em mais um capítulo da turbulenta gestão, Jamis Silva exonerou ontem a chefe do Departamento de Licitação, a servidora Vanessa da Rocha Avelino, nomeada através da Portaria n.º 234 de 1º de julho de 2021. “Respeito à decisão política que me afastou do cargo e desejo sucesso ao meu sucessor”, disse Vanessa.

Em abril, o Departamento de Licitação da Prefeitura de Quatro Marcos recebeu uma menção honrosa do Conselho Regional de Administração de Mato Grosso (CRA-MT) pelas boas práticas na condução dos processos de licitação no município.

Desgaste político

A gestão de Jamis Silva tem sido alvo de diversas críticas, sendo o gestor vaiado durante pronunciamento na 24ª edição da Expomarcos, evento realizado no último final de semana. 

Acionado no Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MP-MT), o prefeito teve que devolver recurso público recebido de forma ilegal e sua esposa, a primeira-dama Elisangela Lopes, recebeu dinheiro público sem trabalhar ao acumular cargos.

No mês passado, auditoria feita pelo Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE-MT) apontou irregularidades cometidas pela gestão pública e o prefeito deverá explicar sobre falhas no controle de abastecimento de combustíveis e falta de controle de manutenção e peças, com gastos que somam mais de R$1,7 milhões nas Secretarias de Educação e Obras.

Jamis Silva também está sendo investigado pela Câmara de vereadores, por meio de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada para apurar suposto Ato de Improbidade Administrativa e Crime de Responsabilidade cometido pelo gestor.

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