Viviane Rodrigues de Souza, 46, cuidadora de idoso, vivia em união estável com Ivair Barbosa de Souza, 52, com quem teve a filha Maria Júlia, 7 anos. Eles moravam em São José dos Quatro Marcos (310 km a oeste de Cuiabá) até que, no dia 21 de abril deste ano, o esposo faleceu por motivos de saúde. Desde então, ao se ver em dificuldades financeiras e com uma criança para cuidar, Viviane mudou-se com a pequena para a casa de sua mãe, no assentamento Jatobá, em Cáceres, a cerca de 10 quilômetros da fronteira com a Bolívia.
Na agência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em Cáceres, ela deu entrada no pedido de pensão por morte para a filha, já que não era legalmente casada com o falecido e haveria mais dificuldade para obter o benefício. Mas, devido ao grande volume de processos, que são analisados remotamente pela Superintendência Norte/Centro-Oeste, Viviane ainda estava aguardando uma resposta, mas a boa notícia chegou no mutirão levado pela Expedição Justiça Sem Fronteiras, do Poder Judiciário de Mato Grosso juntamente com parceiros, à Agrovila Nova Esperança, em Cáceres, nesta quarta-feira (2 de julho).
“Quero agradecer a Deus por ter me trazido aqui junto com esses funcionários, que foram enviados por Deus para me ajudar porque já tinha três meses que eu dei entrada e não consegui. Iria demorar mais uns seis meses pelo que eles me disseram. Eu não queria que meu esposo tivesse falecido, mas aconteceu. Esse dinheiro vai pra minha filha de 7 anos, vou fazer uma poupança para ela estudar, esse dinheiro vai ser muito bem-vindo pra minha filha”, comemorou Viviane Rodrigues.
Quem a atendeu foram os servidores do INSS, Joaride Pedroso de Alvarenga e Thompson Campos, que se deslocaram de Cuiabá para somar esforços na Expedição Justiça Sem Fronteiras. “A satisfação é muito grande! É um sentimento de dever cumprido e, muito mais do que isso: é uma oportunidade que o projeto dá para a Previdência estar mais próxima do cidadão. Nós passamos por um período de pandemia e hoje temos um fluxo de automação muito grande, com canais remotos, mas, nada considerado como o olho no olho, o atendimento humanizado, ouvindo as pessoas. Então, ouvir o segurado, fazer esse atendimento mais próximo é muito gratificante”, afirma Thompson.
Ele destaca que, por ser tratar de uma ação itinerante, o fluxo de análise dos processos é diferenciado. Agora, Maria Júlia receberá a pensão até completar 21 anos de idade. Ainda conforme o servidor do INSS, ao longo do primeiro dia de atendimento ao público, foi grande a procura, por parte de aposentados, em busca de resolver a situação de descontos não autorizados por associações e consignados. Muitos casos foram encaminhados ao Procon, também presente na expedição.
Encaminhamentos – Mesmo que a resposta não seja exatamente aquela que se espera, quem chega ao Justiça Sem Fronteiras deixa o local da ação bem orientado e com seus direitos encaminhados. O pequeno produtor rural, Geliberto Porfírio da Silva, 61, já havia dado entrada no pedido de aposentadoria, na agência do INSS em Cáceres. O pedido foi negado e ele recorreu. Mas, no mutirão realizado na Agrovila Nova Esperança, descobriu que haveria outra saída. “Eu vim aqui ver se conseguia aposentar. Graças a Deus, a gente deu encaminhamento nos papeis para aposentadoria”, disse.
Geliberto conta que é um dos primeiros moradores da agrovila, onde chegou há aproximadamente 30 anos, por meio de um programa de assentamento do Incra. “Sou um dos 10 primeiros moradores que vieram pra cá. Muitos não aguentaram porque aqui tem muito problema de água, estamos há 12 quilômetros de um poço manual”, diz. O cacerense afirma que plantava milho e arroz, até passar a sofrer com a coluna. Agora, cria cerca de 20 cabeças de gado. “O médico diz que eu não posso pegar 20 quilos de peso e também que tenho problema do coração”, relata.
Vizinho da Escola Estadual 12 de Outubro, que recebeu os serviços da Expedição Justiça Sem Fronteiras, Geliberto elogia a iniciativa. “Aqui o atendimento foi muito bom! Em 30 anos que moro aqui, é a primeira vez que tem isso aqui”, elogia.
Foi o servidor Joaride Alvarenga, do INSS, quem identificou a possibilidade do idoso conseguir a aposentadoria. “Ele relatou que estava com problema na coluna e não teria condições de trabalhar, então, eu aproveitei que ele já tinha uma farta documentação aqui e fiz o requerimento do benefício por auxílio de incapacidade. Mas faltou o atestado médico e eu orientei que ele buscasse um atestado médico e uma autodeclaração de segurado especial, junto ao Sindicato Rural para juntar no processo”, explica.
Justiça Sem Fronteiras - Histórias como a de Viviane e de Geliberto são apenas algumas que ilustram a riqueza de humanidade que há nos atendimentos de todos os parceiros da Expedição Justiça Sem Fronteiras, que atuam em áreas como Justiça, Cidadania, Saúde e Educação, com serviços voltados a toda a família, especialmente aquelas que vivem na região fronteiriça de Mato Grosso. Para conferir os resultados, acompanhe a expedição, que até o dia 9 de julho percorrerá ainda os distritos de Vila Picada, em Porto Esperidião; e Santa Clara do Monte Cristo, em Vila Bela da Santíssima Trindade.
Caso seja selecionada na etapa estadual, Maria Luiza poderá integrar a comitiva de jovens de todo o país que vivenciarão a rotina parlamentar no Senado Federal.
Por ser tratar de uma ação itinerante, o fluxo de análise dos processos é diferenciado.
“Nunca mais você verá seu filho”.
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