“No momento em que o Brasil vive diariamente perda de receita, a gestão pública a cada ano vem ficando mais difícil, pois vivemos de receita e com as perdas aumenta a dificuldade administrativa, uma vez que os problemas também aumentam”, disse o prefeito de Jauru ao fazer uma análise do primeiro semestre de sua gestão.
Para Pedro Ferreira é importante que os prefeitos sigam a orientação da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM) e da Confederação Nacional, deixando de assumir responsabilidade que não é de competência do município. "Os gestores municipais tem assumido responsabilidade dos Governos do Estado e Federal e isso lesa o município", afirmou.
O prefeito Pedro Ferreira observou que um Posto de Saúde da Família (PSF) recebe do Governo federal em torno de R$ 7 a 12 mil mensais; mas tem que contratar um médico por R$ 20 mil e as despesas chega a R$ 40 mil por mês. "E nós temos que mendigar, é uma emenda parlamentar, correr atrás", disse.
O prefeito de Jauru informou que o município vem sofrendo com erros administrativos da gestão passada, no que se refere a arrecadação do ICMS. "A gestão passada esqueceu de fazer o trabalho do dia-a-dia. Quando assumi em 2005, o nosso índice atingia pontos de 309, eu saí em 2012 com 540 e reassumi depois de quatro anos com índice de 309 novamente", explicou que dentro dessa realidade a perda é de aproximadamente R$ 200 mil por mês referente apenas ao ICMS, totalizando uma perda anual R$ 2,4 milhões.
Pedro Ferreira informou que para corrigir o erro estará juntamente com sua equipe de governo, promovendo um trabalho de conscientização junto aos produtores rurais. "Nós estamos notificando os produtores sobre a informação da GIA-ICMS. Ele não vai pagar nada de imposto, mas vai nos ajudar a aumentar o nosso Valor Agregado (V.A)", informou que com esse trabalho o município poderá ter ganho de receita no ano que vem.
Com medidas de contenção de gastos editadas pelo gestor nos quatro meses iniciais de gestão, a administração publica municipal conseguiu fazer uma economia de R$ 2,8 milhões. "Deixamos de empenhar R$1,8 milhões e tivermos uma perda real de R$ 1 milhão", explicou.
Para continuar mantendo a receita equilibrada, o prefeito informou ainda que enviou para aprovação da Câmara de vereadores um projeto de Lei que reduz em 30% o salário do prefeito, vice-prefeito e todos os cargos comissionados. "Estamos cortando gratificações de coordenadores, adequando o trabalho também de professores dentro do limite de horas", afirmou que a intenção é controlar os gastos.
Foto: Wallas Martins